sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Como lidar com o seu SABOTADOR interno *
Repito duas
vezes, em voz alta, essas frases: “NINGUÉM, MAS NINGUÉM MESMO, PODE TIRAR MINHA
PAZ E MEU EQUILÍBRIO! EU ADORO MINHA VIDA! EU ME AMO ABUNDANTEMENTE! EU TENHO
PLENA FÉ NO DEUS NOSSO PAI!”
Observe que
depois de dizer isso, bate por dentro uma sensação de que isso é mentira e que
esses conceitos não são aplicáveis ou verdadeiros.
Sabe quem faz
você pensar dessa forma? É o seu sabotador interno!
Chamamos
assim todas aquelas programações mentais que conspiram contra nosso equilíbrio
e nossa paz interior.
Esses
sabotadores se escondem em hábitos, modos de pensar e comportar e, sobretudo,
na forma de sentir. A raiz dessas estruturas mentais também pode ser chamada de
crenças. São as crenças que determinam como vemos ou sentimos a nossa vida.
Existe uma
crença que é muito antiga na vida mental de muitas pessoas: é a crença do
desvalor pessoal que nos envolve em uma energia de inferioridade e incapacidade
de se proteger perante a vida. Ela responde pela baixa autoestima, pela
sensação de abandono e incapacidade que costumamos experimentar.
Talvez
possamos mesmo afirmar que esse é o maior inimigo que temos em nossas vidas,
porque anda conosco o tempo todo. Está presente em cada acontecimento, em todos
os lugares, causando um doloroso nível de estresse por meio de conflitos e
sentimentos de insegurança ante os desafios da vida.
Saber lidar
com esse sabotador interno é assunto para um livro, mas vamos anotar algumas
reflexões nesse artigo no intuito de colaborar com medidas práticas na educação
desses processos interiores.
Para vencer
seu sabotador interno, temos alguns passos:
1- Saber da
existência dele. Muita gente nem sabe que tem esse inimigo interno.
2- O que
primeiro você precisa identificar são as crenças que ele usa como base para
erguer as suas artimanhas. Isso pode, em alguns casos, exigir ajuda
especializada para ser descoberto.
3- Aprender
como ele age dentro de você usando essas crenças. Habitualmente, ele se utiliza
de cinco sentimentos para isso: medo, culpa, mágoa, orgulho e tristeza.
4- As
situações mais típicas de quem cai em suas garras são: nível alto de cobrança,
crítica de desvalorização, preocupação excessiva, sensação de frustração por
não conseguir controlar fatos e pessoas, ansiedade e angústia.
5- O
sabotador interno não suporta ser olhado nos olhos, ou seja, é a única forma de
você superá-lo. Conversar com ele, dizer a ele que agora você está no comando.
Que agradece pelas suas investidas, mas quem escolhe é você. Essa atitude de
meditação é a solução para adquirir consciência e domínio sobre suas
movimentações. Claro que isso é um treino e não vai ser conseguido com uma ou
duas tentativas.
De alguma
forma, fazer contato com nossos sabotadores internos pode ser trabalhoso no
início, mas há de trazer inúmeros benefícios na construção de uma relação mais
pacífica e amigável conosco mesmo. Não há como nos amar sem travar contato com
esse aspecto sombrio de nossa vida mental. Somente conhecendo bem esse terreno
do inconsciente, podemos transformá-lo em forças positivas e poderosas em favor
do nosso bem-estar emocional.
No meu
trabalho profissional, em alguns casos, com alguns clientes, chegamos a dar
nome a esse sabotador no intuito de começar um relacionamento paciente e
educativo. Isso funciona.
Quando
deixamos de domar as nossas inclinações, abdicamos de fazer luz no caminho.
Essa a razão pela qual, o quanto antes, é recomendável uma amizade com nossos
sabotadores que, em última análise, na verdade nos convocam a novas posturas
perante a vida, o nosso próximo e nós próprios.
Como diz
Ermance Dufaux: “A sombra só é ameaça quando não é reconhecida. Só pode ser
prejudicial quando negligenciamos identificá-la com atenção, respeito e
afabilidade.”
* POR
WANDERLEY OLIVEIRA
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